domingo, 11 de junho de 2023

Série "Rock do Bem" - Mensagem inaugural e episódio #1.

Nesta página, damos início a uma série de postagens envolvendo o universo do Rock Progressivo, gênero musical assim batizado pela imprensa britânica (e rótulo imediatamente adotado pela indútria fonográfica mundial) na virada dos anos 1960/1970.

A intenção inicial foi a de oferecer algo relacionado a música e também a arte visual, demonstrando que esse tal de rock'n'roll não pode ser apenas relacionado a rebeldia, agressividade e ruído. No subgênero "progressivo", temos uma mensagem de harmonia, apuro e bela musicalidade.

Mas... não poderia oferecer um “álbum”, que é o termo antigo para designar um LP mais elaborado... ou, após o ano de 1990... um CD de luxo... Ocorre que nem um nem outro seriam práticos e rápidos de serem curtidos. Tempos de Spotify...
Assim, tivemos que nos ater à velha escrita e a usar de persuasão para tentar chamar a sua atenção para uma forma de arte integrada (música + literatura + artes visuais) que nos toca muito e que podemos dizer que foi o ápice da manifestação cultural das últimas três décadas do século XX – o chamado “rock progressivo” – na expressão (de origem controversa) cunhada pela imprensa.
Por que rock? Porque é o mais rico gênero de música do pós-segunda-guerra – no mundo todo.
Por que progressivo? Porque diferentemente do rock and roll típico dos anos 1950 e 1960 – uma música dançante –, esse gênero de música dependia de uma elaboração instrumental mais sofisticada, de uma base criativa mais erudita e de compositores e músicos com uma base cultural geral necessariamente mais rica.
Ficou marcada a ideia de “álbuns conceituais” do rock progressivo, discos e shows “temáticos” que procuravam contar uma história (ou estória) e não somente juntar 12 ou 24 músicas completamente desconexas entre si.
Detalhe: o gênero floresceu na Inglaterra no pós-The Beatles.
Começando
O primeiro álbum que nos veio à mente chama-se “Journey to the centre of the Earth”, gravado ao vivo em 18 de janeiro de 1974. Baseado na obra de Julio Verne, Rick Wakeman, pianista e tecladista virtuoso, criou um espetáculo grandiloquente, verdadeira ópera-rock que até hoje tira o nosso fôlego.
Assim, sugiro que você tente ouvir e ver, se possível, o que foi esta produção na sua versão original (há gravações posteriores, até bem mais recentes, mas não se equivalem ao original fixado em disco).
Observação: música e letras são igualmente importantes.
É uma pena que não se possa reproduzir o prazer de ter em mãos a arte visual que acompanhava tais álbuns. No caso deste, por exemplo, um libreto de oito páginas em tamanho de um LP acompanhava o disco. Grandes artistas gráficos dedicaram-se a elaborar capas de discos nesta época e isto dá, até, um capítulo à parte na trajetória do rock progressivo.


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terça-feira, 13 de dezembro de 2016

RIP dear Greg.


Perda total no último dia 7: Greg Lake, designer de produção, produtor executivo, compositor, instrumentista e vocalista. Um músico completo - voz e cordas (e alma) do ELP (Emerson, Lake & Palmer). Sou seu fã desde os tempos do King Crimson. Rest In Peace.

LINK - https://www.theguardian.com/music/2016/dec/08/greg-lake-obituary
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sexta-feira, 18 de março de 2016

RIP dear Keith.


Aprendi a amar o piano no rock, ou 'rock edipiano', com três gênios; Rick Wakeman, Tony Banks e Keith Emerson. Emerson partiu... e o mundo ficou pior.

Tenho uma boa coleção de vinis. Houve um tempo em que, para ouvir música, cumpria-se um ritual. Desde curtir a capa, com créditos, encarte - se havia -, e sentava-se diante da 'vitrola' com tempo para fazer só aquilo - ouvir - sem fazer outra coisa além de olhar aquela bolacha preta com um selo no meio, girando. Houve um, de Egberto Gismonti, de vinil branco. 

Meu filho, recentemente, resgatou esta coleção para ouvir em casa... tornou-se um ouvinte (de música boa) por causa do exemplo.

LINK - http://www.correiodopovo.com.br/ArteAgenda/Variedades/Gente/2016/3/582088/Autopsia-confirma-suicidio-de-Keith-Emerson
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domingo, 20 de setembro de 2009

Rock Debate.

Tudo o que você queria saber sobre rock progressivo mas ninguém teve paciência para explicar.

Este espaço destina-se a expor - e discutir, a partir do possível feedback - um pensamento acerca de um sub-gênero do rock que ficou conhecido pela alcunha de rock progressivo.

O adjetivo "progressivo" teria origem - para muitos - no fato de que, frequentemente, as composições estruturam-se num formato de andamento que tem início pianissimo e que vai acelerando-se pro-gres-si-va-men-te até um andamento dito forte.

"Roqueiro brasileiro sempre teve cara de bandido" (Rita Lee Jones)

Na minha opinião, "progressivo" é o sentido dado à mensagem contida nessas composições em termos literários, invertendo a compreensão muito presente no senso comum, de que o rock é (somente) sinônimo de protesto, veículo de expressão de "malucos" e trilha sonora da destruição.

Uma grande parcela - sem dúvida a maior, como pretendo aqui demonstrar - da produção do rock progressivo caminha numa outra direção; a da consciência, a da busca de um centro, a da construção do ser e de uma sociedade em convivência harmônica.

Como exemplo, e para ficar no universo mutante de citações, aí está uma letra, de autoria de Sérgio Dias Baptista e Liminha, presente no disco de maior vendagem dos Mutantes - "Tudo foi feito pelo Sol", verdadeiro exemplar do rock progressivo brasileiro:

"Eu só penso em te ajudar"

Estão dizendo que é pra competir

Mas eu só penso em te ajudar

Só quero uma vida em que a gente possa amar

Yeah, yeah, amar a vida

Yeah, yeah, amar o mundo

Estão dizendo que é p'ra eu te passar p'ra trás

Mas eu só penso em te abraçar

Não há nada na vida que faça eu parar de amar

Yeah, yeah, amar a vida

Yeah, yeah, amar o mundo

Hey, garoto, vê se não vai cair do buggy

Hey, garoto, que tal você tocando moog

Hey, garoto, você dançando boogie woogie.

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